quinta-feira, 25 de junho de 2009

Campanha da Fraternidade 2011: escolhidos o tema e o lema

Aconteceu nos dias 15 e 16 a reunião do Conselho Episcopal de Pastoral da CNBB (Consep), em Brasília. Esta reunião teve o intuito de avaliar a Campanha da Fraternidade 2009 (CF) “Fraternidade e Segurança Pública” e escolher os temas e lemas para a Campanha de 2011.
“A reunião acontece todos os anos e tem como finalidade avaliar a campanha do ano corrente, apresentar a campanha do ano seguinte e a escolha do tema e do lema para a campanha de dois anos depois”, afirmou o secretário executivo da CF, padre José Adalberto Vanzella.
Ficou escolhido então que em 2011 o tema será “Fraternidade e a vida no planeta” e o lema “A criação geme em dores de parto”. E em 2010, a Campanha será ecumênica e terá como tema “Economia e vida” e lema “Vocês não podem servir a Deus e ao dinheiro”, escolhido no ano passado.
A avaliação da CF 2009 é feita pelo Consep, juntamente com os responsáveis pela Campanha da Fraternidade nos Regionais e pelos assessores da CNBB.
O padre José Vanzella, apresentou os números da avaliação colhidos a partir de questionários enviados às dioceses e regionais. A análise dos dados, enviados pela internet, teve o auxílio da professora da Universidade Católica de Brasília (UCB), Maria Valéria. O resultado mostra que a Campanha foi realizada com êxito e que a Via Sacra foi um dos subsídios mais usados pelas paróquias.
Uma preocupação do Consep foi o baixo número de dioceses que participaram da avaliação, apenas 17% respondendo ao questionário. Segundo padre Vanzella, esse número aumentou em relação ao ano passado.
Ainda de acordo com o padre Vanzella, após a escolha dos temas o próximo passo será a realização de um seminário que acontecerá nos dias 10 e 11 de setembro, na sede da CNBB em Brasília, para estabelecer os assuntos e as estruturas para a Campanha de 2011 e, posteriormente, apresentá-las para aprovação dos bispos.
http://www.cnbb.org.br/ns/modules/news/article.php?storyid=1729

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Nota de solidariedade do bispo responsável pela juventude no Regional Sul 3 pela morte de padre Gisley

O bispo de Vacaria (RS) e responsável pela juventude no Regional Sul 3 da CNBB (Rio Grande do Sul) , dom Irineu Gassen, escreveu nota em solidariedade à presidência da CNBB, à Congregação dos Sagrados Estigmas (Estigmatinos) à qual padre Gisley pertencia, e aos seus familiares.Porto Alegre, 17 de junho de 2009À Presidência da CNBBÀ Congregação dos EstigmatinosAos Familiares do Pe. GisleyNa medida em que se torna conhecida a notícia do assassinato do Pe. Gisley, Assessor Nacional da Juventude, cresce a tristeza e a indignação diante de tanta violência.
É incrível que um jovem religioso e presbítero, que tanto amor tinha pelos jovens e que tanto lutava contra o extermínio dos jovens pela violência, tenha sido, ele próprio, vítima da violência.
Os jovens e a Igreja do Rio Grande do Sul manifestam sua solidariedade para com a CNBB, a Congregação dos Estigmatinos e para com os familiares do Pe. Gisley.
Fazemos votos para que a morte do jovem Pe. Gisley seja ocasião de mais vida para os jovens e todo o povo brasileiro.

Dom Irineu Gassen, OFM
Bispo de Vacaria e Referencial da Juventude do Regional Sul 3
http://www.cnbb.org.br/ns/modules/news/article.php?storyid=1695 - acesso em 17/06/2009

Nota das Pastorais da Juventude do Brasil sobre o assassinato do padre Gisley

É com dor e sofrimento que externamos o nosso mais sincero pesar pela tragédia do assassinato do querido Pe. Gisley, assessor do Setor Juventude da CNBB, que há pouco mais de dois anos nos acompanhava na caminhada conjunta das Pastorais da Juventude do Brasil. O Pe. Gisley foi morto na noite de ontem, naquilo que as investigações apontam até o momento tratar-se de um latrocínio (roubo seguido de morte).No último mês de maio, estivemos juntos no nosso Seminário Nacional, na cidade de Guararema, SP, discutindo a Campanha contra a violência e o extermínio da juventude e celebrando o quarto ano de ordenação do querido Gisley, que nos falou da alegria de doar a própria vida na causa da juventude.Nesse momento, quando comunicamos o seu assassinato, fazemos memória de todo o seu empenho na luta pela juventude, de suas palavras corajosas na defesa da vida e, sobretudo, do seu compromisso com a bandeira da justiça e da paz. Junto com a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil afirmamos que, lamentavelmente, Pe. Gisley foi vítima da violência que ansiava combater e gritamos com força e coragem que toda a vida tem o mesmo valor, que é urgente enfrentar os grandes debates de segurança pública e que a nossa marcha só se agiganta com a força do seu martírio.No momento em que iniciamos uma Campanha contra a Violência e o Extermínio de Jovens, a notícia da morte de Pe. Gisley, um dos maiores entusiastas desse projeto, nos desafia a avançar para águas mais profundas, a reafirmar que as nossas lágrimas regarão com esperança o chão da dura realidade para sempre sonhar com a utopia de uma sociedade justa e igual, assim como afirmou conosco o Pe. Gisley na Carta das Pastorais da Juventude do Brasil.A tragédia que se abateu entre nós, das Pastorais da Juventude do Brasil, nos desafia a denunciar a força com que a violência tem ceifado a vida de milhares de jovens em todo o país. No último e-mail que nos enviou, um dia antes de ser assassinado, Pe. Gisley falou do seu entusiasmo com a luta contra o extermínio, e, como um mártir, profetizou: “Agradeço pelo empenho de tantas vozes dispersas até agora! Vamos juntos/as gritar, girar o mundo. Chega de violência e extermínio de Jovens.” Que o seu grito ecoe e que a sua mensagem não seja esquecida. Unimos-nos à dor de familiares e amigos de Pe. Gsley e rezamos para que o Deus Pai-Mãe da Vida os conforte nesse momento de sofrimento e mostre a paz verdadeira. Desejamos que a memória corajosa desse homem comprometido com a vida e com a juventude nos alimente e dê coragem para continuar a caminhar.Na inspiração profética da luta em defesa da vida seguimos na luta por pão, poesia e liberdade, esperançosos/as na Ressurreição do Cristo e certos/as de que o novo dia virá.Sob as bênçãos da Virgem de Guadalupe dos Santos Mártires da América Latina.
Senhor do Bonfim - BA, 16 de junho de 2009

Maria Aparecida Jesus Silva (Cidinha)
Equipe Nacional das Pastorais da Juventude do Brasil
Felipe da Silva Freitas
Campanha Nacional contra a violência e o extermínio da juventude
http://www.cnbb.org.br/ns/modules/news/article.php?storyid=1688 - acesso em 17/06/2009

Nota da CNBB sobre assassinato do Pe. Gisley

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, profundamente consternada, comunica o assassinato do padre Gisley Azevedo Gomes, CSS, assessor nacional do Setor Juventude desta Conferência, ocorrido ontem, 15 de junho. O crime está sendo investigado com empenho pela Polícia com o acompanhamento dos advogados da CNBB e da Congregação dos Sagrados Estigmas (Estigmatinos) à qual padre Gisley pertencia.
Ordenado em 29 de maio de 2005, padre Gisley estava na assessoria do Setor Juventude da CNBB há pouco mais de dois anos. Comprometido com a vida da juventude, organizava, juntamente com as Pastorais da Juventude do Brasil, a Campanha Nacional contra o Extermínio da Juventude que tem como lema “Juventude em marcha contra a violência”. Lamentavelmente ele foi vítima da violência que ansiava combater.
Esperamos confiantes que o crime seja apurado com eficiência e os culpados punidos com justiça. Lembrando a Campanha da Fraternidade que realizamos sobre a Segurança Pública, reafirmamos a urgência de toda a sociedade se mobilizar para por fim à violência que ceifa vidas tão precocemente.
Aos familiares e amigos do padre Gisley, à Congregação dos Estigmatinos, às Pastorais da Juventude do Brasil e aos Movimentos Juvenis a CNBB manifesta seu pesar e sua solidariedade, firmada na palavra do evangelho que nos faz crer na Ressurreição. Cremos firmemente que, neste momento, padre Gisley, atendendo à voz do Cristo que disse: “Jovem, eu te digo, levanta-te!” (Lc 7,14), nasce para a vida eterna . Que Nossa Senhora Aparecida o acolha no Reino de seu Filho Jesus.
Brasilia, 16 de junho de 2009
Dom Geraldo Lyrio RochaArcebispo de MarianaPresidente da CNBB
Dom Luiz Soares VieiraArcebispo de ManausVice-presidente da CNBB
Dom Dimas Lara BarbosaBispo Auxiliar do Rio de JaneiroSecretário Geral da CNBB
http://www.cnbb.org.br/ns/modules/news/article.php?storyid=1686 - acesso em 17/06/2009

quarta-feira, 10 de junho de 2009

(Re)pensando a educação e a escola

Thiago Alves Torres
A cidade de Santa Maria sediou, entre os dias 27 a 30 de maio, o IX Congresso Internacional de Educação Popular, promovido pelo Movimento Brasileiro de Educadores Cristãos / Núcleo de Santa Maria. Este evento, assim como o Movimento organizador, já são marcas registradas em nossa cidade e também reconhecidos em âmbito nacional.
Estamos atravessando um período crucial para a educação e para a escola. Momento de dúvidas, inseguranças, temores e tremores que abalam as estruturas pessoais e coletivas. Estamos perdendo o foco. Mas afinal, qual é o foco? Seria pretensão muito ousada dar uma resposta para este questionamento. Porém, atrevo-me apenas a dar uma caracterização: tanto a educação, como a escola, existem porque existe GENTE.
Nos últimos tempos temos acompanhado, pelos mais diversos meios de comunicação, os desafios que a educação e a escola, de modo particular no estado do Rio Grande do Sul, vem atravessando. A participação democrática, como a muito não se via, está sendo sufocada por interesses financeiros e que privilegiam uns poucos. Hoje, visa-se mais os resultados lucrativos do que os qualitativos, os sujeitos envolvidos no processo da educação e da escola são vistos como “numerários” ambulantes, seres inanimados, que devem obedecer para não se prejudicar (tendo o ponto cortado ou uma dispensa inesperada, no caso de contratos).
O IX Congresso de Educação Popular é um espaço de pensar diferente, de ver a educação como uma possibilidade e a escola como um espaço privilegiado para que crianças, jovens e adultos emancipem-se e desenvolvam sua autonomia crítico-reflexiva.
Escola deve ser lugar de felicidade, aproximação, de querer bem, humanizar. Educação, como um todo, deve favorecer o crescimento integral do ser humano, não apenas compartimentar e separar. Contrapor o sistema atual é o grande desafio que precisamos assumir.
Durante o IX Congresso, aproximadamente 800 educadores refletiram suas ações, pedagogias e metodologias, com um olhar diferente, com o mesmo olhar de Jesus de Nazaré, que veio para que todos tivessem “Vida em abundância”.
Sérgio Cortella, na conferência de abertura, questionava sobre o sentido de nossa vida e o que deixaremos para as gerações futuras. Parando pra pensar a educação e a escola, vemos que não é uma pergunta fácil e tranqüila de ser respondida. A mesma exige audácia, coragem, desprendimento, ousadia e esperança. Damos exemplo pelo que somos e não somente pelo que dizemos. Está na hora de todos nós, educadores, educandos, famílias, nos unirmos para que a vida não seja sufocada e que a autonomia seja garantida.

Jornal Diário de Santa Maria – Ano 7 / Nº 2.168 – 05/06/2009 / pg. 04