terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

GRATIDÃO ÀS IRMÃS DE NOTRE DAME

Existem certas superstições relacionadas ao dia 13 do mês ocorrer em sexta-feira. Por uma infeliz coincidência, na semana passada, mais precisamente na sexta-feira 13, nossa cidade foi surpreendida pela triste notícia do fechamento do Colégio Nossa Senhora das Graças, instituição educativa que, em 2008, celebrou 70 anos de funcionamento. Muitas perguntas e informações desencontradas circulam por nossa cidade: Foi o baixo número de alunos matriculados e a inadimplência que causaram o fechamento? Como ficarão os desempregados? As Irmãs vão embora? O que será feito do prédio? Não quero me deter a nenhuma destas, pois as mesmas, aos poucos, estão sendo respondidas pela Irmã Diretora e pelas Irmãs competentes da Província Nossa Senhora Aparecida, de Canoas, Mantenedora da Instituição.
As Irmãs de Notre Dame chegaram em Cacequi no distante ano de 1933, portanto, 76 anos atrás, provenientes da Província de Passo Fundo. Instalaram-se na Vila Ferroviária e deram continuidade ao trabalho educacional iniciado no ano de 1925 pelos Irmãos Maristas, que em 1927 assumiram nova escola em Santa Maria. Assumiram o Antigo Colégio de Artes e Ofícios, atual Escola Fernão Dias, e lá foram presença viva e eficaz até os anos 70. Em 1938 deram início à escola paroquial Nossa Senhora das Graças, bem em frente a atual Igreja Matriz e Santuário Diocesano Nossa Senhora das Vitórias, porém, sem abandonar os trabalhos que já realizavam no Recinto Ferroviário. Tendo em vista a redução do número de Irmãs na Província, as mesmas precisaram sair da Escola Fernão Dias, que passou ser responsabilidade do município, mas mantiveram-se firmes na Escola Nossa Senhora das Graças.
Ao longo dos anos a comunidade cacequiense viu o CNSG, como é carinhosamente denominado, crescer e dar formação a muitos jovens. Um exemplo foi o Curso Normal, que até os anos 90, formou professores que desempenham, até os nossos dias, sua missão educativa e humanizadora em nossas escola e em tantas outras pelo Brasil afora.
Infelizmente, as dificuldades foram aumentando, o que levou ao triste fato consumado na última sexta-feira 13. Como falei acima, não quero avaliar os motivos, mas agradecer às valorosas Irmãs de Notre Dame que tanta vida deram a este povo. Muitas vidas foram gastas em prol da educação desta comunidade. Assim como mães de família, que perdem o sono preocupadas por não saber ao certo como vai a educação de seus filhos, muitas vezes muitas Irmãs devem ter perdido o sono preocupadas em melhor desenvolver sua missão: Tornar visível o amor de Deus por esta terra e por este povo!
Quando eu era criança descobri que Notre Dame, na língua francesa, quer dizer, Nossa Senhora. No mesmo instante pensei: se são Irmãs de Nossa Senhora, são tias de Jesus. E hoje consigo com mais maturidade refletir: se são tias de Jesus, e Jesus é nosso Irmão, são nossas tias também. São nossas parentes, já são parte de nossa família cacequiense. Apesar dos vínculos sanguíneos não nos unirem geneticamente, os vínculos da fé, da esperança e do amor nos aproximam diretamente. É muito duro pensar que um dia poderemos ficar sem a presença amiga das Irmãs de Nossa Senhora em nossa cidade.
Irmãs, neste momento difícil, muitas pessoas também sofrem com vocês, e estão rezando para que tudo concorra para o bem. Jesus, que prometeu o “cento por um”, é responsável por vocês e dará o justo pagamento. Santa Júlia Biliart, que durante a vida também passou por muitas dificuldades, é vossa força. Às Irmãs, que atualmente formam a comunidade presente em Cacequi, e a todas as outras que aqui já trabalharam, nosso agradecimento e nosso reconhecimento.

Thiago Alves Torres

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