quarta-feira, 10 de junho de 2009

(Re)pensando a educação e a escola

Thiago Alves Torres
A cidade de Santa Maria sediou, entre os dias 27 a 30 de maio, o IX Congresso Internacional de Educação Popular, promovido pelo Movimento Brasileiro de Educadores Cristãos / Núcleo de Santa Maria. Este evento, assim como o Movimento organizador, já são marcas registradas em nossa cidade e também reconhecidos em âmbito nacional.
Estamos atravessando um período crucial para a educação e para a escola. Momento de dúvidas, inseguranças, temores e tremores que abalam as estruturas pessoais e coletivas. Estamos perdendo o foco. Mas afinal, qual é o foco? Seria pretensão muito ousada dar uma resposta para este questionamento. Porém, atrevo-me apenas a dar uma caracterização: tanto a educação, como a escola, existem porque existe GENTE.
Nos últimos tempos temos acompanhado, pelos mais diversos meios de comunicação, os desafios que a educação e a escola, de modo particular no estado do Rio Grande do Sul, vem atravessando. A participação democrática, como a muito não se via, está sendo sufocada por interesses financeiros e que privilegiam uns poucos. Hoje, visa-se mais os resultados lucrativos do que os qualitativos, os sujeitos envolvidos no processo da educação e da escola são vistos como “numerários” ambulantes, seres inanimados, que devem obedecer para não se prejudicar (tendo o ponto cortado ou uma dispensa inesperada, no caso de contratos).
O IX Congresso de Educação Popular é um espaço de pensar diferente, de ver a educação como uma possibilidade e a escola como um espaço privilegiado para que crianças, jovens e adultos emancipem-se e desenvolvam sua autonomia crítico-reflexiva.
Escola deve ser lugar de felicidade, aproximação, de querer bem, humanizar. Educação, como um todo, deve favorecer o crescimento integral do ser humano, não apenas compartimentar e separar. Contrapor o sistema atual é o grande desafio que precisamos assumir.
Durante o IX Congresso, aproximadamente 800 educadores refletiram suas ações, pedagogias e metodologias, com um olhar diferente, com o mesmo olhar de Jesus de Nazaré, que veio para que todos tivessem “Vida em abundância”.
Sérgio Cortella, na conferência de abertura, questionava sobre o sentido de nossa vida e o que deixaremos para as gerações futuras. Parando pra pensar a educação e a escola, vemos que não é uma pergunta fácil e tranqüila de ser respondida. A mesma exige audácia, coragem, desprendimento, ousadia e esperança. Damos exemplo pelo que somos e não somente pelo que dizemos. Está na hora de todos nós, educadores, educandos, famílias, nos unirmos para que a vida não seja sufocada e que a autonomia seja garantida.

Jornal Diário de Santa Maria – Ano 7 / Nº 2.168 – 05/06/2009 / pg. 04

Nenhum comentário: