quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Frei da Pastoral da Terra se diz ameaçado de morte

Henry des Rosiers, frei dominicano frances com 77 anos, anda com proteção policial desde o assassinato de Dorothy Stang; polícia investiga caso.Carlos Mendes jornal O Estado de S. Paulo, 21-11-2007BELÉM - Advogado e coordenador da Comissão Pastoral da Terra (CPT) em Xinguara, no sul do Pará, Frei Henry des Rosiers disse ter recebido informações de policiais militares da região de que poderá ser assassinado a qualquer momento por três pistoleiros contratados por R$ 50 mil. O serviço de inteligência da Polícia Militar (PM) investiga a ameaça desde o final de outubro, mas até agora não divulgou o resultado do trabalho. O suposto valor estipulado pelo crime é o mesmo prometido aos assassinos da missionária norte-americana Dorothy Stang, morta com seis tiros no dia 12 de fevereiro de 2005. Frei Henry, que desde o assassinato de Dorothy Stang, anda com proteção policial, disse que não abandonará sua luta em defesa dos direitos humanos e da reforma agrária. "Tem gente aqui muito mais ameaçada do que eu. Não vou me intimidar com isso", afirmou. Ele registrou queixa na delegacia de Xinguara e foi informado de que um dos pistoleiros já não estaria mais no Estado. Frei Henry já foi premiado nos governos de Fernando Henrique Cardoso e de Luiz Inácio Lula da Silva com a medalha nacional de direitos humanos. De acordo com as investigações, os principais interessados na morte do frei seriam fazendeiros da região inconformados com as constantes invasões de suas terras. Eles atribuiriam ao advogado da CPT a responsabilidade pelas invasões e podem ter decidido matá-lo para intimidar os movimentos sociais empenhados na luta pela reforma agrária.
http://www.estadao.com.br/nacional/not_nac83036,0.htm
A CPT emitiu nota ontem cobrando providências mais efetivas das autoridades. “Não faz sentido oferecer proteção policial aos ameaçados de morte se não são adotadas medidas eficazes para sequer concretizar as condenações judiciais referentes aos mandantes e executores de trabalhadores rurais”, diz a nota. De 1971 a 2006 foram registrados no Pará 814 assassinatos no campo, dos quais 568 permanecem sem apuração. Os casos investigados resultaram em 92 processos criminais, dos quais só 22 foram julgados pelo Tribunal do Júri, todos com condenação - 16 pistoleiros e 6 mandantes.
http://www.unisinos.br/_ihu/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=10847

Nenhum comentário: