segunda-feira, 10 de setembro de 2007

A novidade do Fórum

Pe.Maurício da Silva Jardim
Assessor da Pastoral da Juventude
Arquidiocese de Porto Alegre

Neste tempo primaveril respira-se ar de novidade. É dia da pátria amada Brasil, antes de sairmos para
o grito dos excluídos, eu e um irmão presbítero missionário na Igreja do Xingu, meditamos o evangelho do
dia. “Vinho novo em odres novos” (Cf Lc5,38). Logo relacionamos o texto com o primeiro Fórum da Igreja
Católica e nos perguntamos: Qual a novidade deste Fórum? O que o Espírito está dizendo as mais de dez mil
comunidades gaúchas?
Interpretar os sinais dos tempos é missão de cada participante deste primeiro Fórum. O Espírito não se
contradiz e creio que Ele já falou em Aparecida na V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e
do Caribe. Lá se apontou caminhos novos de missão. Ousou-se pensar um projeto global de missão, onde
todo batizado é missionário. O foco deixa de ser a missão “ad intra” com os ditos praticantes e descortina-se
o olhar para fora, para a multidão de irmãos e irmãs afastados (as), sobretudo os mais pobres.
Jesus de Nazaré, a novidade representada no vinho novo da parábola exige de nosso tempo odres novos. O
que isto significa? Penso em novas estruturas e organizações que estejam em vista da missão. Odres velhos
(velhas estruturas) para acolher vinho novo, não combinam. Pode-se perder o vinho e os odres. O projeto de
Aparecida e o Fórum exigem conversão pastoral, mudança de mentalidade e de prática. Diz o documento de
Aparecida: “A conversão pastoral de nossas comunidades exige que se vá além de uma pastoral de mera
conservação para uma pastoral decididamente missionária” (n 370).
Passando a V conferência e o Fórum, o que de novo virá? Como iremos fazer a aplicação destas experiências
suscitadas pelo Espírito de Deus? Penso oportuna a expressão “conversão pastoral” dita pelo nosso
episcopado. Sem as mudanças de práticas e mentalidades o Espírito encontrará resistências para atuar no
coração da história. É necessário, contudo, aliviar agendas em função de uma pastoral de conservação e
priorizar a missão. É empolgante e radical esta idéia. É urgente, pois, partir, ir ao encontro, deixar-se guiar
pelo sopro desta novidade. O Espírito nos ensinará o que devemos falar e fazer.
Olhando minha prática pastoral dos últimos cinco anos, percebo já esta novidade no meio da juventude.
Como o profeta Elias, proclamamos: “Eis-nos aqui, envia-nos em missão”. Penso na juventude como um
odre novo para por este projeto missionário em prática. Ela é o sacramento do novo, lugar teológico da voz
de Deus. Indo ao encontro, aprendemos a ouvir e a responder aos apelos da realidade. Reafirmo sempre que a
missão é libertadora e abre novos horizontes. Que esta primavera carregue a novidade e aconteça não só no
exterior das belas paisagens, mas no interior da própria Igreja.

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